Em tempos de Inteligência Artificial, é fácil obtermos as respostas que desejamos sobre qualquer tema, inclusive sobre liderar equipes de saúde. Sim, eu também fui buscar na I.A. as repostas para as minhas inquietudes frente ao exercício diário da liderança. Querem saber a que conclusão cheguei? Embora pareça óbvio, o roteiro apresentado pelo chat GPT é digno de um belo texto conceitual.
Falso engano. Sim, não fosse o fato de que liderar equipes, ainda mais equipes de saúde, não é uma ciência exata que se resuma a conceitos, dicas ou ferramentas de gestão. Liderança é atitude. Mais uma vez, parece óbvio, e da mesma forma, sim, não fosse o fato de que atitude envolve pensamentos, emoções e comportamentos, o que deixa o óbvio muito mais complexo e desafiador, o que não é tão ruim assim, já que grandes líderes gostam de ser desafiados, não é mesmo?
Deixando de lado um pequeno toque de cinismo intencional, no que se refere aos desafios de liderar equipes de saúde, me permito sintetizar o fato de que o trabalho em saúde envolve lidar diariamente com a frustração de outras pessoas, seja pela dor de uma doença grave ou pela perda de um paciente, o que pode afetar o bem-estar emocional da equipe. Não obstante, o estresse, a ansiedade e a síndrome de burnout estão entre as principais doenças que acometem esses profissionais.
Por derradeiro, em se tratando de equilíbrio emocional dos profissionais de saúde, ou por vezes, desequilíbrio, o que constitui um grande líder de equipes de saúde? Por tempo, aplicou-se a máxima de que quanto menos emoção, melhor a decisão e é exatamente isso que muitos cursos, MBA e empresas tradicionalmente buscam incutir em futuros profissionais e executivos, ao estimular o raciocínio frio e calculista.
Parafraseando Dimitriadis (2021), em seu livro “Neurociência para Líderes”, será que estamos tentando transformar líderes e gestores em psicopatas? Pergunta radical do autor, não fosse o fato de que 20% dos CEOs podem ser diagnosticados como psicopatas, a mesma porcentagem obtida entre a população prisional, sendo que entre a população em geral, esta porcentagem é de apenas 1%.
Diante desta evidência, novamente leitor, lhe pergunto, o que constitui um grande líder de equipes de saúde? Poderíamos discorrer um livro em resposta ao questionamento, mas prefiro lhe facilitar a compreensão e ter a certeza de que você, líder, chegará até a leitura final deste artigo.Pois bem, são apenas dois atributos. Por outro lado, em se tratando de gestão moderna, são os de maior impacto e valor, os quais poderão lhe colocar à frente de qualquer concorrente no mercado, assim como engajar a sua equipe em prol da humanização e da segurança do paciente (nota: não está no chat GPT).
Lidere pela verdade e autenticidade: não se trata de moralismo, leitor! Não há nada mais legítimo na liderança do que agir com a verdade e autenticidade. O exercício destes dois princípios deveria ser condição natural de qualquer atuação profissional, por outro lado, no atual contexto vulnerável das relações profissionais e corporativas, a verdade e a autenticidade se tornaram diferenciais competitivos no mercado. Portanto, líderes, não há ferramenta de gestão ou inteligência artificial capaz de superar o resultado de um líder que lidera pelos princípios da verdade e da autenticidade. Eles te colocam à frente nos resultados com a sua equipe, afinal, fortalecem a confiança e o engajamento em prol do propósito assumido com a Instituição e com quem dela precisa: os pacientes, usuários dos serviços de saúde.
Lidere pela emoção: isso mesmo! Parece contraditório, não fosse a evidência científica. Do latim, a raiz da palavra emoção significa mover, o que mostra que as emoções são a base de todos os nossos movimentos e além de aprimorarem a nossa tomada de decisão, são veículos para transformar e movimentar a sua vida e a vida de seus liderados, afinal, você possui em média de oito a 12 horas por dia da vida de cada liderado em suas mãos. Emoções positivas ou negativas nos colocam em ação para buscar o nosso propósito enquanto líderes ou nos recolhermos diante dele. As emoções dominam o nosso cérebro e segundo Dimitriadis (2021), elas são classificadas em três categorias: primeira, as emoções fugazes que sentimos em qualquer momento; segunda, os traços de personalidade, que são as emoções com presença de longo prazo; terceira, o estado de espírito, que se situa entre a primeira e a segunda categoria.
Diante disso, prezado grande líder, lhe desafio a aprofundar ainda mais a sua compreensão sobre como a programação do seu cérebro afeta na tomada das suas decisões e no seu jeito de liderar. E como descobrir isso? Buscando a verdadeira resposta para esta pergunta: para onde suas emoções lhe movem?
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